Reflexão final
"A abordagem simples e direta deste livro para enfrentar a discriminação é apropriada para os mais novos. Sem banalizar situações difíceis e ofensivas, oferece a crianças e adultos excelentes momentos para discussão e crescimento pessoal" (Kirkus Reviews). De facto, o livro, de uma forma simples, mas sem menosprezar os assuntos sérios abordados na obra, funciona como um veículo para a fomentação de conversas e reflexões sobre diversidade, inclusão, empatia, discriminação, autoaceitação e respeito pela diferença. O livro ensina-nos que as diferenças são o que nos torna únicos e que todos temos algo especial a contribuir para o mundo. Para além disso, o autor lembra-nos que a verdadeira beleza reside na mistura das cores, culturas e perspetivas que nos tornam únicos e preciosos.
Através deste trabalho, foi possível analisar diversos aspetos do livro, que permitiram um melhor entendimento sobre a mensagem, sobre o papel do texto e das ilustrações para a história, sobre o público-alvo ideal para compreender e refletir sobre os valores enraizados na obra e sobre como utilizar o livro como precursor de conversas e atividades importantes para o desenvolvimento e crescimento da criança enquanto membro ativo de uma sociedade multicultural.
Efetivamente, o livro utiliza principalmente a ilustração para comunicar a ação da história, bem como para nos fazer refletir sobre os valores intrínsecos à obra. Esta ilustração tem, assim, um papel fundamental no avanço da ação, sendo que o texto ocupa um papel narrativo que nos permite compreender a evolução da história. Este texto é caracterizado por ser simples, de fácil compreensão e com poucos recursos expressivos utilizados. Porém, a personificação das cores e o uso desta metáfora para retratar o mundo multicultural atual, confere uma grande expressividade e rege toda a obra.
Relativamente à faixa etária, pudemos analisar a melhor idade para que as crianças compreendessem os valores apresentados na obra, através da análise dos estágios de Piaget e da Teoria de Desenvolvimento Moral de Kohlberg. Assim, as crianças já deverão estar mais conscientes dos sentimentos dos outros, do sentimento de justiça e serem capazes de resolver problemas por eles próprios, já que a obra evolui de um nível pré-convencional, onde as personagens têm atitudes em que apenas pensam em si mesmo, para um nível pós-convencional, onde valorizam o bem estar do outro e do grupo. Deste modo, considero que a faixa etária escolhida - 1º CEB - adequada à obra. Porém, crianças mais novas poderão também beneficiar da leitura do livro, visto que podem começar a refletir sobre as diferenças existentes entre o início e o final do livro e usar a sua imaginação, desde que a análise seja guiada pelo professor.
Quanto à realização do trabalho, considero que este foi bastante pertinente para o meu futuro profissional, uma vez que a compreensão de todas as facetas do livro é essencial para depois trabalhá-la em sala de aula. Para além disso, apercebi-me que o meu entendimento sobre a obra foi aumentando com a realização das tarefas. Assim, fui-me apercebendo de como o autor aproveitou todos os pormenores, desde a escolha das cores, o posicionamento do texto e o uso de guardas com funções de previsão e retrospeção, para transmitir a sua mensagem. Também pude compreender melhor de que forma é que conseguimos perceber a faixa etária ideal para cada obra, ou seja, que características têm que permitem que uma criança de uma certa idade seja capaz de tirar o máximo proveito do livro. Esta foi uma das dificuldades sentidas com a realização do trabalho, no entanto, sinto que esta foi ultrapassada. Por fim, como tivemos de propor atividades para realizar de forma a complementar a leitura da obra, foi ainda possível ter uma visão mais completa e interdisciplinar do valor do livro, bem como imaginar o que poderia pôr em prática como futura profissional.